A Física Quântica e a Espiritualidade
Nos últimos tempos muito se tem falado de Física Quântica (Mecânica Quântica) e realmente é caso para isso, tal a importância que as descobertas neste campo têm e terão no futuro da humanidade. Esta, veio dar um contributo de valor inestimável sobre a forma como podemos olhar e entender a realidade e explicando o funcionamento do Universo.
Com Albert Einstein, através da Teoria da Relatividade, ficamos a saber que a matéria é energia, e com a Física Quântica foi-se mais além, que tudo é onda e partícula em simultâneo. A matéria, embora nos pareça sólida, não passa de energia ou onda que vibra numa determinada frequência. O padrão vibratório confere-lhe uma identidade específica, assim como no Homem as impressões digitais o tornam um ser único no universo.
Esta descoberta deu início a uma suave transição entre paradigmas, o materialista que tem governado as civilizações ocidentais nos últimos séculos e o paradigma holístico que tem no seu centro o Homem como um ser divino.
O primeiro, ainda em vigor, suporta muito da ciência que ainda se faz explicando, por exemplo, o simples movimento de uma bola, de um carro ou de planetas e galáxias. Dá-nos a certeza e previsibilidade dos acontecimentos através da aplicação da Matemática, fundado por Isaac Newton, a dita Física Clássica.
O segundo, surgiu com a descoberta das primeiras teorias da Mecânica Quântica que é a parte da física que estuda o comportamento do mundo atómico, do microcosmo, ou seja, a física do invisível.
Em experiências realizadas desde o início do século XX verificou-se que o comportamento das partículas que compõem o átomo, eletrões, protões e neutrões é estranho, atípico; na verdade bizarro violando as regras da física. Provou-se que uma partícula pode estar em dois locais ao mesmo tempo, dando origem a um paradoxo que “aterrorizou” a comunidade científica. O que parecia pertencer ao domínio da ficção científica passou a ser ciência.
Atualmente, muita da tecnologia existente, o telemóvel, o computador ou as comunicações sem fio, por exemplo, não seria possível se não houvesse avanço no domínio da Mecânica Quântica. E, no entanto, apesar das evidências dos resultados obtidos em laboratório pelas mãos de físicos de renome, as novas teorias têm sido alvo da resistência do fundamentalismo dos cientistas do velho paradigma, que não tardará em naufragar dando lugar a uma nova era do conhecimento.
Sim, estes serão ultrapassados como o foram também os defensores do geocentrismo que ficaram na História como retardadores da evolução do conhecimento e, por conseguinte, da própria Humanidade.
A não aceitação deve-se à incapacidade de abrir a mente perante desafios nunca antes vistos, o que talvez se explique pelo medo do ruir de um edifício assente em premissas dadas como certas e inabaláveis como se de dogmas se se tratasse. Como se a História não tivesse já dado provas suficientes de que os dogmas não são bons orientadores, especialmente em ciência que é uma entidade viva e dinâmica sujeita à evolução imposta pelos tempos. Não é a certeza que produz conhecimento ou constrói o futuro, mas sim a dúvida.
A recusa em aceitar a nova realidade talvez até se compreenda se tivermos em conta apenas a insegurança decorrente da imprevisibilidade do comportamento das partículas subatómicas, e que de repente nos coloca perante um universo desconhecido. Outrora, os acontecimentos sendo previsíveis através de cálculos, conferindo confiança no futuro, poderão dar lugar à ocorrência de fenómenos inexplicáveis e aparentemente impossíveis, abalando o edifício do conhecimento vigente.
Mas enfim, quer se aceite ou não, esta é uma verdade e veio para ficar abrindo-nos a uma nova Ciência que terá como objeto de estudo um Universo de infinitas possibilidades.
É dentro deste novo paradigma que, ao provar que tudo é onda, a ciência se vai aproximando das grandes correntes espiritualistas do oriente que desde há séculos defendem a unidade entre Mente e Corpo, Homem e Universo. Onde o Homem é parte de um oceano quântico em que tudo comunica com tudo e nada é independente de nada.
O impacto das descobertas sobre o comportamento do mundo subatómico na evolução da ciência da tecnologia é desconhecido, mas levará certamente à expansão da Consciência das futuras gerações, e desde logo ao nascimento de uma nova Humanidade.
A Mecânica Quântica é verdadeiramente a peça que faltava para finalmente se obter alguma sustentabilidade do conhecimento transmitido pelos grandes mestres espirituais de todos os tempos. Deste modo, será possível ter uma nova percepção do Todo, onde não existem fenómenos impossíveis; apenas são a manifestação das forças do universo nas várias dimensões, de uma das quais nós fazemos parte.
Na realidade, tudo é normal, seja visível ou invisível, faça ou não sentido, pois a verdade é uma só e não se sujeita aos caprichos da mente e do ego. O que é, É, e não poderia ser de outra forma. Finalmente, eis a Era da Espiritualidade!